Equipe da Secretaria do Meio Ambiente de Praia Grande (Sema) participou de capacitação oferecida pelo Instituto Biopesca sobre protocolo regional para encalhe de baleias . Foram quatro encontros teóricos, e nesta quarta-feira (14) foi finalizado o ciclo com simulação de encalhe, seguindo todos os protocolos reais na praia do Bairro Canto do Forte .
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O último encontro teórico aconteceu na terça-feira (13), no Teatro Serafin Gonzales, no Palácio das Artes. O palestrante trazido pelo Instituto Biopesca foi o médico veterinário Milton Marcondes, coordenador de Pesquisa do Instituto Baleia Jubarte, e o tema da palestra foi “Encalhe de baleias: desafios e soluções”.
O coordenador geral do Instituto Biopesca, o médico veterinário Rodrigo Valle, explicou os próximos passos deste movimento. “Após esses encontros, e a simulação de hoje, mostrando como prosseguir em caso de encalhe de baleia vivas em nossa região, vamos promover reuniões com cada uma das instituições para que possamos elaborar um fluxograma que integrará o protocolo regional em ocorrências de encalhes de baleias vivas e mortas”.
Além da Sema, participaram também outras secretarias de Meio Ambiente da região, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a Fundação Florestal, o Centro de Mamíferos Aquáticos do ICMBio, Corpo de Bombeiros, entre outros setores relacionados ao tema.
“A Sema está muito feliz com a parceria cultivada com o Instituto Biopesca, e para nós é um grande privilegio ter este tipo de capacitação em nossa cidade, ainda mais porque recentemente tivemos um casos de encalhe em Praia Grande, foi uma baleia da espécie Jubarte, com cerca de 7 metros de comprimento, que apesar de ter aparecido morta na praia do Bairro Aviação, foi feito todo um trabalho e existe um protocolo para remover o animal da areia e, muitas vezes, as pessoas não conhecem esse processo e a importância de ter esse conhecimento técnico”, disse o Secretário da Sema, Antônio Eduardo Serrano.
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O intuito do Instituto Biopesca com essa ação é preparar uma articulação regional para agregar instituições ambientais em ocorrências de encalhes de baleias em praias do litoral centro-sul de São Paulo. A proposta é que as instituições atuem conjuntamente e de forma ordenada para que a operação seja realizada de forma mais eficaz e rápida.
O curso foi ministrado por Milton Marcondes e contou com módulo teórico, com três aulas, e a parte prática que foi realizada nesta quarta-feira (14), com um exercício simulado de encalhe de baleia em área militar da praia do Canto do Forte.
“Essa articulação é fundamental porque os casos de ocorrência de encalhes de baleias vêm crescendo nos últimos anos e, assim, é muito importante que as entidades responsáveis estejam alinhadas a fim de agirem rapidamente em favor do bem-estar do animal e da segurança da população”, explicou o veterinário Rodrigo Valle.
Os casos de encalhe de baleias jubartes, em particular, vêm ocorrendo com maior frequência porque a sua população aumentou nos últimos anos em decorrência dos esforços de conservação dessa espécie.
“No caso das baleias encalharem vivas, é necessária a presença de profissionais qualificados, já que uma batida de cauda é suficiente para machucar quem não sabe fazer o manejo adequado”, comenta Rodrigo.
De acordo com ele, no caso de encalhe de animais já sem vida, os cuidados também são essenciais em termos de segurança sanitária, uma vez que a carcaça pode apresentar micro-organismos prejudiciais à saúde humana.